A implementação de novas tecnologias e processos garantem a competitividade das organizações e avançam com extrema rapidez. Isso é algo que vem ocorrendo há alguns anos, mas intensificou-se com a pandemia de Covid-19.
As tecnologias certas, que melhoram e automatizam a oferta dos serviços financeiros, podem contribuir para que as empresas se tornem mais eficientes e ofereçam produtos e serviços que realmente atendam às necessidades dos seus clientes. Se antes investimentos em tecnologia no mercado financeiro eram um diferencial competitivo, hoje sabemos que já são considerados essenciais para sobreviver e atrair clientes.
Nesse cenário, houve três movimentos que, cada um ao seu tempo, vêm se consolidando no mercado financeiro e prometem grandes transformações no setor.
Embedded Finance
A chamada Embedded Finance, ou finanças embutidas, que é a inclusão de produtos e serviços financeiros próprios da marca ao portfólio de empresas que não são nativas desse setor, começou a despontar na América Latina em 2013. Desde então, é utilizada cada vez mais por empresas não financeiras – incluindo varejo, restaurantes, viagens, jogos e conteúdo online e provedores de tecnologia. Estima-se que o volume de negócios por meio das finanças embutidas ultrapasse os US$ 183 bilhões em todo o mundo até 2027.
Segundo o FIS Global Innovation Report 2023, os serviços financeiros mais aplicados no Brasil por este sistema são os de pagamentos (54%), contabilidade como um serviço (44%), seguro para empresas e/ou consumidores (43%), cartões de crédito (37%) e cartões de débito (35%).
Com os novos avanços tecnológicos, será mais fácil para as companhias agregarem recursos financeiros a seus produtos e aprimorarem suas ofertas. Os serviços de Compre Agora, Pague Depois – Buy Now, Pay Later – poderão ser usados por 40% das empresas pesquisadas e os de pagamentos por 37%.
Aposta na tecnologia DeFi
Outra tendência que tem avançado são as Finanças Descentralizadas (DeFi), que são contratos digitais programáveis que realizam negócios de valores sem intervenção humana. Elas têm usos mais amplos que apenas a negociação especulativa de criptomoedas. O Global Innovation Report aponta que 95% dos C-Levels, pessoas que ocupam cargos de liderança nas empresas, acreditam que para uma empresa se manter competitiva, precisará fornecer todos os serviços financeiros em uma experiência de ponta a ponta.
Ao mesmo tempo em que se mostram otimistas pela oportunidade com as DeFi, 53% dos executivos entrevistados sentem-se receosos com as estruturas de gerenciamento de risco que são incompatíveis com a maioria dos ativos digitais e protocolos DeFi existentes. Ainda há muita insegurança e questionamentos em relação a isso, o que pode ser considerado normal visto que o segmento não é regulado.
Relação duradoura no ESG (Environmental, Social, Governance)
Apesar da dificuldade de análise de dados relacionados ao ESG, já que há pouca padronização de coleta de informações, cálculo e métricas, as empresas estão empenhadas em melhorar seus relatórios e divulgações de sustentabilidade, governança corporativa e responsabilidade social, pois entendem que investimentos nessas áreas são fundamentais para começar a moldar oportunidades com vistas ao futuro. As empresas que fizerem os investimentos certos estarão em melhor posição para capturar as oportunidades de ESG.
Enfim, apesar da forte pressão econômica, é essencial valorizar essas tendências-chave, com investimentos nas tecnologias adequadas para tornar as empresas mais competitivas e que atendam às crescentes expectativas dos clientes.
Autor
Diretor Comercial de FIS (Fidelity Information Services) para a América Latina. Possui pós-graduação em Gestão de Projetos pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Instituições Bancárias e Financeiras pela Fundação Getulio Vargas (FGV).