Sempre existiu uma lacuna entre o pensamento da CEPAL e as políticas públicas do governo, mas ela se alargou de menos para mais, dependendo do tempo. Entretanto, os tomadores de decisão precisam estar mais abertos ao pensamento da CEPAL.
O mais recente relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) acaba de anunciar que o valor das exportações da América Latina cresceu em 9,7% no primeiro semestre deste ano, enquanto a Cepal projetou um crescimento anual de 9,7% para as exportações da região em 2018.
As perspectivas econômicas para este ano são otimistas. No entanto, durante 2015 e 2016, a América Latina sofreu uma profunda recessão, que, embora tenha afetado mais o Brasil, a Argentina e a Venezuela, foi sentida em todos os países. Nesse contexto: como a região poderia sustentar os avanços sociais alcançados nas décadas anteriores?
A América Latina abriga cerca de 650 milhões de latino-americanos, cerca de um em cada 10 habitantes do planeta, que hoje tem 7 bilhões de habitantes. Estes elevados níveis de população, no entanto, são muito recentes porque até há menos de trezentos anos a população total da Terra era de apenas um bilião de pessoas,