A experiência regional com empresários transformados em presidentes tem demonstrado consistentemente os riscos inerentes de entregar o poder político a quem vem do mundo empresarial sem experiência democrática prévia.
Este fenômeno revela como os líderes mundiais transformaram o exercício do poder em um espetáculo, onde a teatralidade, a provocação e o carisma midiático têm tanto peso quanto — ou mais do que — suas decisões governamentais.
A América Latina viveu antes do resto do mundo a irrupção de outsiders na política, como resposta à frustração dos cidadãos e ao desgaste dos partidos tradicionais. O que em outros países ainda surpreende, na região tornou-se rotina e oferece pistas para entender os desafios atuais da democracia global.
A campanha eleitoral de Pablo Marçal compartilha muitos dos elementos que tornaram Milei presidente da Argentina: discursos anti-Estado e antipolítica, fortes estratégias na comunicação digital e a falta de escrúpulos.
O principal desafio das pesquisas eleitorais está vinculado ao comportamento humano e como conciliar a lacuna entre o que as pessoas dizem que pretendem fazer e o que acabam fazendo.