A norma aprovada, com uma discussão parlamentar sem alterações no texto, deixa de proteger todas as vidas de forma igual perante a lei. Ao invocar a liberdade individual, trai-se o humanismo que defende a dignidade de todas as pessoas.
Com a aprovação da lei da morte digna, o Uruguai consolida sua tradição liberal e se torna o primeiro país latino-americano a legalizar a eutanásia por via parlamentar.
À medida que surgem vozes que ameaçam a sobrevivência da democracia, o desafio é manter vivo o legado daqueles que aprenderam que a intolerância nunca será a solução.
Uruguai volta a olhar para a esquerda, em uma mudança que está longe de ser radical em comparação com o que foi alcançado pela administração de centro-direita do nacionalista Lacalle Pou.
Apesar das pesquisas, a verdadeira surpresa no segundo turno das eleições presidenciais do Uruguai em 2024 não seria a vitória do partido no poder, mas sim sua derrota.
O Uruguai ainda não escolheu quem comandará o Executivo, mas independentemente de optar pela continuidade ou apostar na mudança, o grande jogo será no Palácio Legislativo.