Pesquisador associado do German Institute for Gobal and Area Studies - GIGA (Hamburgo, Alemanha) e do German Council on Foreign Relations (DGAP). Foi Diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos e Vicepresidente do GIGA.
A assinatura e a ratificação do acordo pelos Estados do Mercosul podem ser consideradas garantidas, agora cabe à UE aproveitar a oportunidade para se posicionar como antítese da política comercial de Trump e se afirmar como potência normativa.
No conflito entre os EUA e a China, os governos latino-americanos não devem tomar partido, mas devem ser guiados exclusivamente por seus interesses nacionais e tirar proveito da competição entre as duas superpotências.
As políticas externas ambivalentes de Brasil e México, e erráticas no caso deste último, dão a impressão de uma falta de princípios que não facilitam os processos de cooperação e integração regional.
A guerra na Ucrânia divide a UE e a América Latina. O que de uma perspectiva latino-americana parece ser uma questão de escolha, para a Europa é uma questão de necessidade.
Recentemente, um grupo de ex-presidentes sul-americanos, ministros e intelectuais enviou uma carta aos atuais presidentes para pedir "a reconstrução de um espaço eficaz de cooperação sul-americana".
As consequências econômicas da guerra na Ucrânia podem ser o ponto de partida para relações econômicas mais estreitas e amplas entre a UE e a América Latina.
A rivalidade entre os EUA e a China pela hegemonia global foi intensificada muito antes da chegada do Covid-19, mas a pandemia se tornou uma nova arena política na qual este conflito está sendo disputado.
Uma comunidade pressupõe um consenso básico sobre valores comuns, não apenas no nível das declarações, mas também na prática. Somente assim os estados membros da CELAC podem se tornar uma comunidade de estados, como o nome sugere.
Altos funcionários do governo dos Estados Unidos advertem regularmente seus homólogos na América Latina sobre a crescente presença econômica da China. Isto leva, dizem, à dependência da China e à crescente influência sobre as políticas dos governos latino-americanos.
Co-autora Miriam Gomes Saraiva
O acordo entre o Mercosul e a União Européia desencadeia debates apaixonados. De uma perspectiva geopolítica, predomina o apoio ao acordo. De uma perspectiva ambientalista, a rejeição é quase unânime.
Existe o risco de que, como resultado da pandemia, o peso da América Latina na economia mundial continue a diminuir e seu papel seja limitado ao de um fornecedor de matérias-primas. A América Latina não tem voz no debate sobre os desafios atuais da política internacional.
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia é criticado como projeto neocolonial ou tratado vampiro. O acordo decerto produzirá ganhadores e perdedores, de ambos lados, mas, de acordo com um estudo da LSE, o comércio em geral vai crescer e a prosperidade das duas regiões aumentará, se bem que de maneira modesta.
Em uma compatação internacional, parece que a Alemanha está enfrentando bem a pandemia. Há mito menos mortes pela Covid-19 no país do que na Itália, Espanha, Reino Unido ou França, e existe um consenso básico, tanto na classe política quanto entre os cidadãos, sobre como enfrentar a crise.