Cientista político. Professor Associado da Universidade de Buenos Aires (UBA). Doutor em América Latina Contemporânea pelo Instituto Universitario de Investigación Ortega y Gasset (Espanha).
Uma característica dos processos de transição à democracia é tanto a incerteza nos procedimentos de decisão política como também na incerteza em seus resultados.
Milei estabeleceu um modelo de alinhamento incondicional com o “mundo ocidental”, em particular com os Estados Unidos e com Israel, que se consolida com a solicitação de ingresso como membro da OTAN.
Javier Milei inaugurou uma nova etapa política na qual se propõe fazer uma varredura nos pressupostos sobre os quais se baseou o processo democrático do país desde 1983 e a política argetina em geral no último século.
Uma das conclusões que se pode tirar é que o protesto político parece ter dois canais de expressão: a abstenção eleitoral e/ou o candidato Javier Milei.
No passado, os argentinos viveram episódios de magnitude semelhante ao ataque fracassado contra Cristina Kirchner. Entretanto, a particularidade deste episódio é que ele ocorreu em meio a um processo de erosão do consenso democrático.
Se a vitória eleitoral de Lula da Silva no Brasil for confirmada, estaremos diante de um cenário em que as cinco principais economias da região serão governadas pela esquerda.
As manifestações de julho passado em Cuba reabriram uma série de expectativas sobre as possibilidades de uma transformação democrática do regime cubano. Mas como poderíamos imaginar um tal processo de transição na ilha?
As eleições legislativas na Argentina deixaram três fatos fundamentais: o triunfo da oposição em nível nacional, a perda da maioria pelo partido do governo no Senado Nacional e a "derrota pírrica" do partido do governo na província de Buenos Aires.
Em meio a um clima global adverso para os partidos no poder e maus resultados em diferentes áreas, o governo argentino sofreu uma tempestade perfeita nas recentes eleições internas.
Desde o conflito de 2008, a violência simbólica começou a aumentar na Argentina. Houve um retorno do confronto que trouxe consigo o surgimento de expressões que exacerbam as divisões na sociedade, tais como "a fenda".
A coalizão governista Frente de Todos será transformada em uma frente de todos contra todos? A aliança de oposição Juntos pelo Cambio conseguirá preservar sua unidade na diversidade? Parece que na Argentina estamos na presença de um presidencialismo de colisão e não de coalizão.