Embora a história não se repita, nossa realidade apresenta conexões e paralelos com o que aconteceu há um século. Há exatamente cem anos, o fascismo tropeçou e depois começou a se consolidar permanentemente no poder.
O protagonismo que esses discursos de ódios alcançaram é preocupante, entre outras coisas, porque amplifica a visibilidade e a ressonância dos preconceitos existentes e contribui para a deterioração da convivência social.
As redes sociais e os líderes inescrupulosos formam uma combinação explosiva e podem ser um fator adicional de erosão das relações entre os países, como mostra a briga do presidente argentino Javier Milei com seus pares da Colômbia e do México.
O mandatário argentino não perdeu a capacidade de definir a agenda e estabelecer conexões profundas com seu eleitorado e que justifica os ajustes para libertar o país da “casta”. Por enquanto, essa “guerra” vence as limitações do bolso.
A luta contra o antissemitismo deve ser uma parte fundamental das reivindicações progressistas, assim como a luta contra a islamofobia, a ocupação da Cisjordânia e a violação dos direitos do povo palestino.
Se as simpatias ou antipatias partidárias regulam os afetos e endurecem visões de mundo, modelos de sociedade e prognósticos sobre o futuro de modo tão oposto, não deveria ser surpresa que cada aspecto da vida se transforme em uma trincheira.