A esquerda latino-americana, triunfante nas urnas por seu discurso de justiça social, enfrenta agora um desgaste acelerado por sua incapacidade de traduzir seus símbolos em resultados governamentais.
A história da descentralização na América Latina revela uma luta persistente entre a aspiração autonômica dos territórios e o instinto centralizador dos Estados.
A destituição de Dina Boluarte simboliza o colapso de uma democracia peruana exausta, desconectada de seus cidadãos e presa em um ciclo de crise institucional e deslegitimação política.
Muitas pessoas compartilham ideias de esquerda, mas rejeitam emocionalmente os partidos que as promovem, revelando que hoje a confiança pesa mais do que o programa.
A experiência regional com empresários transformados em presidentes tem demonstrado consistentemente os riscos inerentes de entregar o poder político a quem vem do mundo empresarial sem experiência democrática prévia.
A destituição de Dina Boluarte não é um fato isolado, mas a confirmação do padrão de instabilidade que marca as presidências latino-americanas há mais de quatro décadas.