De 2020 a 2024, o calendário eleitoral foi marcado por um grande número de eleições em todos os cinco continentes. Entretanto, para 2025, a atividade eleitoral será consideravelmente reduzida em todos os continentes. Para este novo ano, a América tem um calendário que será decisivo para a região e para o mundo, pois cinco países do continente renovarão os poderes executivo e legislativo, enquanto dois elegerão o Parlamento e um o Poder Judiciário.
A primeira data é no Equador, em 9 de fevereiro, quando o país realizará eleições gerais. A nação andina é governada por Daniel Noboa, que está tentando a reeleição. Sua administração foi marcada pelo confronto com a vice-presidente Veronica Abad, o rompimento das relações diplomáticas com o México e o aumento da insegurança. Nas pesquisas, a ex-candidata correista Luisa González pretende derrotar o atual presidente; vale lembrar que nas eleições extraordinárias de 2023 ela foi derrotada pelo atual presidente.
Em 25 de maio, o Suriname elegerá 51 assentos no parlamento, com a coalizão progressista do presidente Chan Santokhi atualmente detendo a maioria. A oposição tentará derrotar o partido governista e obter uma maioria parlamentar. Em 1º de junho, o México irá às urnas pela primeira vez para eleger membros do judiciário; a reforma foi aprovada pelo Morena em 2024 sob o argumento da democratização desse poder. No entanto, apesar dos apelos do meio acadêmico e da comunidade internacional, essa nação elegerá seus juízes.
No segundo semestre de 2025, a atividade eleitoral aumentará, pois quatro chefes de Estado e de governo estão em jogo. A Bolívia realizará eleições em 17 de agosto em meio a disputas entre o ex-presidente Evo Morales e o executivo Luis Arce; com um partido dividido entre um líder carismático e o presidente constitucional, o país está envolvido em tensões políticas desde 2023. Em 26 de outubro, a Argentina entrará no calendário eleitoral: 127 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 bancadas no Senado serão renovadas.
Essas eleições serão o primeiro teste decisivo para o presidente libertário Javier Milei, que espera consolidar uma maioria sólida para levar adiante sua agenda política. O inquilino da Casa Rosada tem sido questionado por suas políticas de cortes orçamentários, desregulamentação econômica e privatização. Enquanto isso, o progressismo busca recuperar a força e se consolidar novamente como uma opção atraente para o eleitorado.
Na terça-feira, 28 de outubro, o Canadá realizará uma eleição e, como em qualquer sistema parlamentar, o partido que obtiver a maioria será empossado no governo. Projetos como o Executive Approval Project acompanharam a queda no apoio aos liberais liderados por Justin Trudeau e viram a ascensão de um personagem rotulado como populista, Pierre Polievre. Ele ganhou destaque porque promoveu moções de censura em 2024 e declarou que buscará a criação de um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e o Canadá, deixando o México de fora.
Em 16 de novembro, o Chile votará na presidência, elegerá 23 cadeiras no Senado e 155 deputados. O presidente de esquerda, Gabriel Boric, não poderá ser reeleito, conforme estipula a lei; no entanto, várias forças de direita, como Chile Vamos e Republicanos, pretendem derrotar as forças governistas.
Finalmente, em 30 de novembro, Honduras também realizará eleições gerais, nas quais serão eleitos a presidência, 128 deputados, 20 assentos no Parlamento Centro-Americano e 298 prefeitos e vice-prefeitos. O país tem sido governado por Xiomara Castro, que se identifica com a esquerda e não declarou suas intenções de buscar a reeleição, mas também não as negou. Honduras está passando por uma crise de insegurança e adotou a técnica mano dura de Nayib Bukele. Da mesma forma, o partido governista e a oposição têm estado à frente de disputas na Assembleia Nacional sobre a nomeação de várias autoridades, o que aumentou a polarização do país.
Como podemos ver, as Américas terão um calendário muito ativo em 2025, com algumas nações que ainda não definiram datas para suas eleições, como a Guiana, que elegerá a presidência, a Venezuela, que votará para o Parlamento, e alguns sistemas parlamentares do Caribe, como São Vicente e as Granadinas, Trinidad e Tobago e Jamaica. Enquanto isso, na Europa, a atividade eleitoral é baixa, mas não menos importante.
Em 23 de fevereiro, a Alemanha realizará eleições parlamentares depois que, em novembro de 2023, a coalizão dos social-democratas, verdes e liberais chegou ao fim, forçando o chanceler Olaf Scholz a se submeter a uma moção de confiança e a convocar eleições antecipadas. O atual chefe de governo está tentando a reeleição; no entanto, a guerra russo-ucraniana, a crise econômica e a ascensão do partido nacionalista Alternativa para a Alemanha tornaram o cenário político mais complexo.
Em 11 de maio, a Albânia elegerá um parlamento para empossar o primeiro-ministro. Atualmente, a maioria é mantida pelos social-democratas. O país dos Bálcãs e lar da cantora pop Dua Lipa tem sido uma das poucas nações a manter a estabilidade em uma região caracterizada por conflitos étnicos. A Noruega elegerá um novo primeiro-ministro em 8 de setembro; o atual premiê, Jonas Gahr Støre, está buscando outro mandato, mas, de acordo com as pesquisas, Erna Solberg, de filiação conservadora, é a candidata mais forte.
Algumas nações que ainda não têm uma data são a República Tcheca e a Polônia. A primeira realizará eleições parlamentares, das quais sairá um primeiro-ministro, enquanto a Polônia renovará sua presidência. A última nação é uma das que foram rotuladas como iliberais por combinar elementos democráticos e autoritários. O presidente Andrzej Duda, um nacionalista autoritário, entrou em conflito com o primeiro-ministro pró-europeu, Donald Tusk.
Na Ásia, a atividade está limitada a quatro países, dos quais apenas dois têm datas definidas. O primeiro é as Filipinas, em 12 de maio, que elegerá metade do Senado, 24 assentos e 316 assentos na Câmara dos Deputados. Para a segunda metade de 2025, em 27 de julho, o Japão votará em 248 membros da Câmara dos Conselheiros. Outros países, como Cingapura, Quirguistão e Tajiquistão, elegerão o Parlamento. O primeiro desses países vive sob um sistema partidário hegemônico e, desde a independência, é governado pelo Partido da Ação Popular, enquanto os outros dois foram repúblicas soviéticas durante o século XX.
Por outro lado, a África talvez seja o continente mais movimentado este ano, já que as primeiras eleições em Comores, em 12 de janeiro, e em Burundi, em 5 de junho, renovarão o parlamento. Malawi e Seychelles votarão para a presidência e o Congresso em 16 e 27 de setembro, respectivamente. Sem datas definidas, a República Centro-Africana, a Tanzânia, o Togo, a Costa do Marfim (antiga Costa do Marfim) e Camarões renovarão a presidência, enquanto o Egito elegerá o Senado.
Por fim, haverá apenas uma eleição na Oceania, na Austrália, que deverá ser realizada entre 17 de maio e 27 de setembro. A Câmara dos Deputados, com 150 assentos, será renovada, e quem obtiver a maioria formará o governo; 40 assentos no Senado também estarão em disputa. A nação austral é governada pelo primeiro-ministro trabalhista Anthony Albanese, mas Peter Dutton, líder da oposição, almeja conquistar o posto de líder do governo.
Concluindo, 2025 é um ano repleto de eleições. Algumas já foram agendadas, outras ainda não, e sempre há nações que durante o ano serão adicionadas ao calendário. Iniciamos um novo ciclo de eleições que certamente terá impacto sobre as nações, regiões e tendências políticas que surgirão em cada país. Bem-vindo 2025.
Tradução automática revisada por Giulia Gaspar.
Autor
Cientista político. Formado na Universidade Nacional Autônoma de México (UNAM). Diploma em Jornalismo pela Escola de Jornalismo Carlos Septién.