Esta tendência de privar os opositores políticos e defensores dos direitos humanos da cidadania ou da nacionalidade demonstra que a colaboração entre as autocracias da região é permanente.
Generalizar suas características apenas gera vieses analíticos que não contribuem para a explicação científica e para a pergunta: por que as pessoas estão optando por líderes autoritários?
A família Bukele que governa El Salvador executa um gasto multimilionário em servidores dedicados a multiplicar a propaganda oficial nas redes sociais e apagar as vozes dissonantes.
A certeza de um processo eleitoral se baseia em gerar insumos que contribuem para a integridade eleitoral, em que as autoridades, membros da sociedade civil e comunidade internacional podem garantir a transparência do processo. Mas esse é somente um dos requisitos de uma democracia.
Em um país onde a insegurança tornou a vida insuportável, a brutalidade contra suspeitos de crimes e os indícios de autoritarismo não são apenas aceitos, mas até se transformam em votos.
Vários governos têm utilizado o argumento dos direitos humanos para abrir a porta para a reeleição indefinida. Mas trata-se principalmente de líderes personalistas e autoritários, nos quais os pesos e contrapesos do sistema democrático foram capturados ou corroídos.