A globalização está evoluindo para uma fase mais fragmentada, marcada pela rivalidade geopolítica entre os Estados Unidos e a China. Diante desse cenário de mudanças, a América Latina deve construir sua própria estratégia que lhe permita navegar de forma autônoma em um ambiente cada vez mais complexo.
O regime cubano pretende acusar o jornalista independente José Gabriel Barrenechea Chávez do crime de sedição por supostamente liderar o protesto ocorrido em 7 de novembro em Encrucijada, seu município de residência.
Uruguai vive a principal crise política desde a restauração da democracia em 1985, e o gatilho é tão escandaloso que, para o país sereno e ordeiro, soa quase como ficção.
Penso que é importante para a região continuar a exercer pressão para que a mídia mais influente do mundo retome suas publicações em espanhol. Mas acho que é muito mais importante unir forças para tentar criar nosso próprio New York Times. E a Latinoamérica21 vai fazer parte deste processo.
Com o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, o vácuo de poder tomou conta do pouco que restava do estado mais antigo da América Latina.
*Texto baseado em uma entrevista com o analista político haitiano Joseph Harold Pierre.
A América é o epicentro da pandemia. Mas há uma exceção: o Uruguai. Entretanto, os argumentos apresentados neste e em outros artigos, assim como pelo governo e pela oposição que disputam o reconhecimento, não explicam a realidade do país. As causas fundamentais do milagre podem ter pouco a ver com o mérito charrúa.
Em poucas semanas, a enfermidade apareceu em pequenas aldeias da selva amazônica ou no deserto do Saara. No entanto, o vírus não avançava pelo mundo de maneira homogênea. Como se estivéssemos diante de uma suposição cartográfica, o mapa da pandemia reproduzia em suas linhas gerais a geografia da globalização.
O vice-presidente disse que isso se deveu principalmente ao fato de já ter sido condenado socialmente, como os demais diretores, graças a uma mensagem que se repetia diariamente e durante anos na mídia, consciente ou não, como parte de um processo de manipulação da verdade que acabou substituindo a realidade.
Na América Latina, há décadas estamos acostumados à chegada dos messias. Trata-se de redentores das mais diversas plumagens, oriundos do mundo do entretenimento ou de profissões que lhes permitiram acumular prestígio –e sobretudo dinheiro– que desembarcam no mundo da política, para salvar o povo da política.
O aprofundamento da crise em vários países da América Latina, nos últimos meses, expôs a relação intrínseca entre estabilidade política e corrupção. Uma associação indissolúvel na qual ambas as condições fluem de modo coordenado. Um relacionamento que dura séculos e está profundamente enraizado na América Latina.
Em uma tentativa de dissimular uma manobra desesperada, Pedro Chávarry, o procurador-geral do Peru, destituiu em plena noite de 31 de dezembro os procuradores Rafael Vela e José Domingo Pérez de suas posições na equipe especial do ministério público que investiga o caso.
O mais recente relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) acaba de anunciar que o valor das exportações da América Latina cresceu em 9,7% no primeiro semestre deste ano, enquanto a Cepal projetou um crescimento anual de 9,7% para as exportações da região em 2018.
Do ano de 2000 para cá, os sistemas de saúde vêm sendo fundamentais para o progresso sanitário da América Latina. A melhora na cobertura é explicada pela ampliação do acesso dos serviços de saúde, com aumento da expectativa de vida ou diminuição dos índices de mortalidade entre as crianças de menos de cinco anos.
A desigualdade de renda nos países da OCDE, o clube dos países ricos, está no seu nível mais alto no último meio século. No entanto, os dois países mais pobres do clube, México e Chile - os únicos latino-americanos - juntamente com a Turquia, foram os únicos que reduziram a desigualdade nos últimos anos.
De acordo com o último relatório sobre desenvolvimento digital das Nações Unidas, apenas cinco dos 19 países latino-americanos estão entre os 50 mais digitalizados do planeta, enquanto o continente americano em seu conjunto apresenta índices de governo eletrônico semelhantes aos da Ásia.
A América Latina é uma das regiões do planeta mais afetadas pelo crime organizado. O poder econômico e a influência das organizações criminosas que se expandem com a corrupção solapam a autoridade do Estado e o estado de direito, causam danos econômicos enormes e elevam os índices de violência.
O financiamento regulamentado dos partidos políticos é um aspecto central para o bom funcionamento da democracia e dos processos eleitorais. Ainda assim, a falta de controle sobre o financiamento privado ameaça a viabilidade dos sistemas democráticos.
Depois de quatro anos de contração, o comércio de bens da América Latina e Caribe voltou a crescer. As exportações da região se expandiram em 12,8% em 2017, superando o crescimento médio mundial, e seguiram a mesma tendência no primeiro trimestre deste ano, com alta de 10,9% ante o mesmo período no ano anterior.
A guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump contra seus principais parceiros está ameaçando o crescimento da economia mundial. Mesmo assim, são diversos fatores, tanto endógenos quanto exógenos, que levaram o FMI a revisar para menos suas projeções quanto ao crescimento da América Latina.
A "década de ouro" da América Latina, como se costuma chamar a primeira década do século XXI, permitiu que 70 milhões de pessoas saíssem da pobreza graças ao boom econômico e pela implementação de políticas redistributivas. Mas esse período não afetou todos os latino-americanos igualmente.
Em 1 de Janeiro, a Islândia tornou-se o primeiro país do mundo a garantir por lei a igualdade de remuneração entre homens e mulheres. Desta forma, o pequeno país nórdico coloca em cima da mesa o debate sobre a igualdade de remuneração, promovendo assim a exigência de outros direitos fundamentais.
Que a América Latina é a região mais desigual é um clichê. O fato não tão difundido é a enorme disparidade econômica que existe entre as diferentes regiões dos países latino-americanos. Como exemplo, o departamento de Chocó, o mais pobre da Colômbia, levaria 200 anos para atingir os níveis de renda per capita de Bogotá.
A participação das igrejas evangélicas na política latino-americana cresce dia a dia e alimenta as facções políticas da extrema direita para promover sua agenda conservadora. Seja através de seus próprios candidatos ou apoiando líderes que pensam da mesma forma, elas definem eleições e pressionam a tomada de decisões.
Nas últimas décadas, o peso da China na expansão da economia mundial não parou de crescer e tornou-se ainda mais acentuado na esteira da crise financeira mundial. Enquanto em 2000 o gigante asiático representava cerca de 3,6% do PIB mundial, em 2016 sua participação havia subido para 15% do total.
Este ano marca o 20º aniversário da primeira vitória de Hugo Chávez e o início de um ciclo de governos de esquerda que se espalharam por grande parte da região. Durante duas décadas, governos que abrangeram todo o espectro da esquerda, desde os regimes moderados de centro-esquerda até os neo-populistas,
No domingo, 19 de novembro, foram as eleições presidenciais no Chile e novamente a abstenção venceu a corrida eleitoral. Do total de pessoas com direito a voto, apenas 46,8% foram às urnas, quase três pontos a menos, que no primeiro turno das eleições presidenciais de 2013.
A emigração de paraguaios e bolivianos para a Argentina, de haitianos para a República Dominicana ou nicaraguenses para a Costa Rica, faz parte de um fenômeno crescente. Nos últimos 10 anos, de acordo com a OIM, seus padrões de migração mudaram. Os latino-americanos nos movem cada vez mais na região.
As perspectivas econômicas para este ano são otimistas. No entanto, durante 2015 e 2016, a América Latina sofreu uma profunda recessão, que, embora tenha afetado mais o Brasil, a Argentina e a Venezuela, foi sentida em todos os países. Nesse contexto: como a região poderia sustentar os avanços sociais alcançados nas décadas anteriores?
No Brasil, o ex-presidente Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção, enquanto o atual presidente, Temer, compra votos no Congresso para evitar ser julgado. No Peru, o ex-presidente Humala já acompanha Fujimori na prisão, enquanto Toledo é um fugitivo nos EUA e Alan García é investigado.
Segundo os censos dos países latino-americanos, a população afrodescendente na região em 2010 era de 111 milhões de pessoas, 21,1% do total. Mas, de acordo com um relatório da CEPAL de 2016, existem pelo menos 130 milhões. Isso demonstra as limitações que persistem na quantificação de populações minoritárias.
Na América Latina, os países com maior desenvolvimento humano são os que menos acreditam em Deus, enquanto que os com menor desenvolvimento são os que têm mais fé. Chile, Argentina e Uruguai, líderes latino-americanos em IDH segundo o PNUD, também se destacam por terem os maiores índices de ateísmo da região.
De acordo com o Índice de Percepção da Corrupção recentemente publicado pela Transparência Internacional, a corrupção aumentou no ano passado na América Latina. O retrocesso foi notável em 11 países, o México registrou a maior queda e a Venezuela consolidou sua posição como um dos países mais corruptos do mundo.