No mundo estão aparecendo personagens que desafiam o status quo, promovem agendas anti-sistema e prometem uma verdadeira democracia marcada por tintes autoritários.
Para 2025, a atividade eleitoral será consideravelmente reduzida no mundo, no entanto, cinco países do continente americano renovarão seu poder executivo e legislativo, enquanto dois elegerão o Parlamento e um o Poder Judiciário.
Generalizar suas características apenas gera vieses analíticos que não contribuem para a explicação científica e para a pergunta: por que as pessoas estão optando por líderes autoritários?
A ascensão do autoritarismo no mundo não pode ser visto como um fenômeno homogêneo, mas o estudo particular de casos, juntamente com uma revisão da literatura, permite uma delimitação objetiva e concreta da realidade que estamos observando.
As redes sociais contribuem para que os regimes autoritários deixem de ser tão herméticos e sólidos, pois ficam expostos ao conhecimento do mundo com um simples clique ou vídeo.
O avanço da ultradireita nas eleições europeias não só ressoam na região, como podem chegar a ser um motor de radicalização das direitas tradicionais da América Latina.
Os líderes carismáticos tendem a superar seus governos e se tornam motores de projetos políticos; enquanto que quem assume o pode pela via legal enfrenta o desafio de criar uma áurea própria.
Os líderes autoritários buscam minar os mecanismos de controle que limitam sua capacidade de acumular poder. Seja em sistemas presidenciais ou parlamentares, seu comportamento se assemelha mais aos monarcas absolutos do que aos líderes eleitos democraticamente.
A religião tornou-se um instrumento para reconquistar a fé dos eleitores, fundindo-se com o populismo para santificar a política e transformar a relação entre cidadãos e líderes.
A erosão democrática não envolve apenas a ascensão de líderes populistas, baixos níveis de participação nas eleições e respaldo a figuras autoritárias. Em vários países latino-americanos, observa-se a crescente influência dos militares sobre o poder civil.
Vários governos têm utilizado o argumento dos direitos humanos para abrir a porta para a reeleição indefinida. Mas trata-se principalmente de líderes personalistas e autoritários, nos quais os pesos e contrapesos do sistema democrático foram capturados ou corroídos.
2024 será um ano definitivo para a democracia na região. El Salvador, Panamá, República Dominicana, Peru, México e Uruguai escolherão um novo presidente que serão os encarregados de delinear a tendência política na América Latina.
Nos últimos anos, muitos presidentes da região lançaram ataques contra instituições que não se alinham com sua órbita de poder, e o poder judiciário é uma delas.
A democracia de audiência é entendida como o modelo em que os partidos e as agendas de governo são relegados a segundo plano à medida que o candidato ganha relevância por sua estridência política.
Nas últimas décadas, o pluralismo em diferentes nações tem sido ameaçado não só pelo autoritarismo e pelo populismo, mas também pelo crime organizado e pela violência.