Fundador de Latinoamérica21. Jornalista. Mestre em Jornalismo pela Universidade de Barcelona e em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Complutense de Madri.
Penso que é importante para a região continuar a exercer pressão para que a mídia mais influente do mundo retome suas publicações em espanhol. Mas acho que é muito mais importante unir forças para tentar criar nosso próprio New York Times. E a Latinoamérica21 vai fazer parte deste processo.
A América é o epicentro da pandemia. Mas há uma exceção: o Uruguai. Entretanto, os argumentos apresentados neste e em outros artigos, assim como pelo governo e pela oposição que disputam o reconhecimento, não explicam a realidade do país. As causas fundamentais do milagre podem ter pouco a ver com o mérito charrúa.
Em poucas semanas, a enfermidade apareceu em pequenas aldeias da selva amazônica ou no deserto do Saara. No entanto, o vírus não avançava pelo mundo de maneira homogênea. Como se estivéssemos diante de uma suposição cartográfica, o mapa da pandemia reproduzia em suas linhas gerais a geografia da globalização.
Segundo os censos dos países latino-americanos, a população afrodescendente na região em 2010 era de 111 milhões de pessoas, 21,1% do total. Mas, de acordo com um relatório da CEPAL de 2016, existem pelo menos 130 milhões. Isso demonstra as limitações que persistem na quantificação de populações minoritárias.
Na América Latina, os países com maior desenvolvimento humano são os que menos acreditam em Deus, enquanto que os com menor desenvolvimento são os que têm mais fé. Chile, Argentina e Uruguai, líderes latino-americanos em IDH segundo o PNUD, também se destacam por terem os maiores índices de ateísmo da região.