Decano da Faculdade de C. Jurídicas e Políticas da Univ. Monteávila (Caracas). Professor da Univ. Central da Venezuela e da Univ. Católica Andrés Bello. Doutor pela Univ de Heidelberg. Mestre pela Univ. de Tübingen e Univ. de Columbia.
O paradigma democrático se enraizou na América Latina com mais desenvoltura do que em outras regiões durante a terceira onda de democratização. Mas, atualmente, sofre os efeitos da corrupção, do narcotráfico, da ultradireita, das esquerdas autoritárias e da desigualdade.
Em dezembro de 2023, Brasil transfere a presidência pro tempore do Mercosul ao Paraguai e, nesse mesmo mês, termina o prazo para concretizar o acordo com a União Europeia.
As eleições na região deram vida a uma série de personagens discordantes, aqueles que realmente vivem "out of the box", mas Payo Cubas ocupa um lugar destacado na lista.
A América Latina, em geral, se juntou ao posicionamento do sul global sobre a guerra na Ucrânia, e inclusive surgiu a reflexão sobre o não-alinhamento ativo.
As eleições revelaram-se muito mais competitivas do que se esperava em distritos e estados pendulares, e os candidatos trumpistas não conseguiram se impor.
Uma das áreas em que o futuro presidente e o próprio programa do governo do Pacto Histórico não aprofundaram muito as relações internacionais. O que podemos esperar do novo governo?
Petro estava preparado para competir com "Duque 2", mas surgiu uma versão bolonaro-Trump colombiana, que se mudou do Facebook e Twitter para TikTok, e que tem dois adereços muito conhecidos na região: o anti-corrupção e o discurso anti-político.
Diante da invasão da Ucrânia pela Rússia, a importância dos “espaços regionais", baseados em uniformidade de ideias, postulados políticos e até mesmo traços culturais comuns, foi reavivada. Tudo isso como condição para uma maior e melhor integração econômica.
Da perspectiva do direito internacional, a agressão da Rússia à Ucrânia não pode ser desculpada. Neste sentido, o posicionamento de alguns atores políticos da esquerda latino-americana gera consternação.
O Paraguai realizará eleições gerais dentro de pouco mais de um ano e, enquanto a região está passando por mudanças de leme, os paraguaios provavelmente optarão pela continuidade, já que o Partido Colorado, no poder, parece estar no caminho certo para se manter no poder.
Este é um bom momento para romper com o passado e resgatar as trajetórias nacionais e populares da América Latina, tão freqüentemente subjugadas por interesses econômicos estrangeiros, mas dentro da estrutura de um diálogo interamericano positivo e maduro.
A vitória de Boric no Chile marca um marco importante no desenvolvimento do novo super-ciclo eleitoral na América Latina e confirma uma nova mudança para a esquerda, em oposição à mudança para a direita no último super-ciclo.
A demografia, com sua visão de longo prazo, nos mostra tendências do passado que transformaram involuntariamente a sociedade, e projeta outras que com objetividade desapaixonada traçam nosso futuro.
Entre 2016 e 2018, a América Latina passou por protestos e manifestações de grupos conservadores contra políticas como o reconhecimento do casamento igualitário, identidade...
Durante a campanha peruana, surgiu uma diferença entre os dois partidos esquerdistas, os Juntos pelo Peru de Veronika Mendoza e o Perú Libre de Castillo, sobre questões de gênero, saúde sexual e reprodutiva que abriu uma lacuna entre o que uma congressista chamou de esquerda "popular" e esquerda "progressista".
Vivemos em uma época de transição, com turbulência e contrastes constantes. Há muitos de nós que estamos convencidos de que as crises podem ser superadas através da cooperação e dos esforços conjuntos, para os quais a solidariedade humana desempenha um papel vinculante que permite o acoplamento das engrenagens.
Paraguai, aquela ilha rodeada de terra e longe do barulho do mundo, está mostrando sinais de cansaço. Nas ruas e nas redes, o slogan simples e contundente é repetido: "todos eles devem ir embora". Mas só o tempo dirá se a voz da indignação marcará um novo momento com a capacidade de mover as placas da cultura política do país.
A América Latina tem sido uma das regiões mais atingidas pela pandemia, tanto do ponto de vista da saúde quanto do ponto de vista socioeconômico. Seu impacto na região, por um lado, evidenciou as desigualdades e deficiências dos sistemas sociais e, por outro, teve um impacto negativo nas esperanças de um futuro melhor.
Dois processos estão hoje em curso que nos remetem para bandeiras importantes do movimento feminista. O processo constituinte no Chile e o projecto de lei para a legalização do aborto na Argentina. Contudo, a paleta de opções para a feminização da política varia muito de país para país.
Sempre existiu uma lacuna entre o pensamento da CEPAL e as políticas públicas do governo, mas ela se alargou de menos para mais, dependendo do tempo. Entretanto, os tomadores de decisão precisam estar mais abertos ao pensamento da CEPAL.
Durante o superciclo eleitoral 2017-2019, a América do Sul vivenciou um "giro à direita". Atualmente, com estes governos entrando nos diferentes períodos de gestão, nos perguntamos qual é o balanço. A primeira impressão é que a integração passa por um de seus piores momentos e que não há sinal de uma breve saída de Maduro.
O conflito tem a ver com um reajuste clássico no equilíbrio de poder que continuará alimentando respostas e contrarespostas políticas. O fenômeno da ascensão de uma nova potência econômica em escala global afetará necessariamente a presença e as ações das outras grandes potências.